terça-feira, 14 de outubro de 2014

Bispos cita caminhos para a família no contexto evangelizador

  
Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro

Os desafios pastorais da família no contexto da evangelização
dom antonio
Dom Antônio Augusto, bispo auxiliar do Rio de Janeiro / Foto: Arquivo
 
“Para que a família caminhe bem, com fé e esperança, necessita ser alimentada pela Palavra de Deus”. São palavras do Papa Francisco antes da Oração do Angelus, rezada na Praça de São Pedro, no último dia 5 de outubro, após a Santa Missa de abertura do Sínodo Extraordinário sobre a Família.
 
Essa recomendação do Romano Pontífice demonstra, claramente, que esse Sínodo de Bispos, que continuará até o dia 19 de outubro próximo, não pretende ser uma discussão de ideias bonitas e originais, nem tampouco aspira ser uma assembleia que revolucionará a doutrina católica a respeito da família, desafiada na atualidade por tantas mudanças culturais e comportamentais, mas quer ser uma reflexão nutrida e aprofundada desde a Revelação de Deus presente nas Sagradas Escrituras.
 
Os padres sinodais e os leigos participantes dessa reunião singular em Roma devem estar nesses dias, bem juntos e em união com o Papa Francisco, pedindo ao Espírito Santo que lhes infunda o dom da Sabedoria, que supera toda ciência, e que os seus pensamentos e projetos estejam plenamente de acordo com o sonho de Deus: a família, desde os primórdios da humanidade, é parte integrante do sonho de amor que Deus tem para todos os povos e nações.
 
Trata-se, portanto, de um Sínodo Extraordinário que enfrenta um concreto desafio pastoral: como é possível hoje, num mundo marcado por ideias forjadas sem Deus, e até contra Deus, tornar realidade esse projeto divino de Deus?
 
A possibilidade de tornar esse sonho divino em realidade humana deverá unir a luz da Sabedoria enviada pelo Espírito de Amor com a luz da experiência dos Bispos e dos casais, integrantes desse Sínodo Extraordinário. A união dessas duas luzes permitirá nesses dias de estudo e de debates abertos visualizar alguns caminhos para as famílias nas diversas situações de suas vidas.
Entre esses caminhos, destacam-se: em primeiro lugar, fazer da família uma escola de humanidade, de sociabilidade, de eclesialidade e de santidade. Ser família dentro desse projeto de amor divino é ser um ambiente formativo, jamais, em nenhum momento, ser um curso de deformação do caráter humano.
 
Outro caminho transitável pelas famílias no contexto de uma nova evangelização deve ser a via das atitudes próprias de um projeto divino, e entre elas se destacam a fé e a esperança, já que pais e filhos devem olhar para os desafios à sua volta com o ânimo e com a determinada determinação de viverem apoiados cada vez mais na providência e na onipotência amorosa de Deus, que conduzirá tudo para o bem da família.
 
Finalmente, usando uma palavra do Papa Francisco, que já se tornou uma “senha” para entrar no meio do mundo atual e dialogar com ele, abre-se para as famílias o caminho da parresia ou da audácia, porque se Deus é o dono do mundo, homens e mulheres, bem formados em famílias maduras na fé e na esperança, serão audazes construtores de pontes e de portas, que unem as pessoas e que se abrem para mudanças novas e melhores na sociedade atual.
 
Esperemos, com confiança e otimismo, o documento que recolherá a síntese de todos os trabalhos desse sínodo, e rezemos, sobretudo, pelo Papa Francisco, que o terá em suas mãos nos próximos meses para seu estudo, suas decisões e suas orientações para a Igreja Católica, que só deseja servir e amar as famílias.
 
Fonte> Canção nova

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