quarta-feira, 27 de maio de 2015

Papa: um cristão apegado aos bens faz um "papelão"

Francisco enfatizou que é feio querer seguir Jesus e o mundo, isso constitui um contratestemunho do cristão

Da Redação, com Rádio Vaticano
Francisco destaca que é um contra-testemunho querer seguir Jesus e a mundanidade / Foto: L'Osservatore Romano
Francisco destaca que é um contratestemunho querer seguir Jesus e a mundanidade / Foto: L’Osservatore Romano
É feio ver um cristão seguindo Jesus e a mundanidade”. Nessas palavras, o Papa Francisco centralizou sua homilia desta terça-feira, 26, na Casa Santa Marta, destacando que os cristãos são levados a fazer escolhas radicais na vida. Não pode haver um “cristianismo à metade”, não se pode ter “o céu e a terra”.
Na liturgia do dia, Pedro pergunta a Jesus o que os discípulos ganhariam se O seguissem. O Papa observou que Jesus responde em uma direção diferente da que os discípulos esperavam: não fala de riquezas, mas promete a herança do Reino dos céus com a perseguição, com a cruz.
Por isso, quando um cristão é apegado aos bens, faz um papelão, como se quisesse as duas coisas; o céu e a terra. E o peso final está naquilo que Jesus diz: a cruz, as perseguições. Isso quer dizer negar a si mesmo, sofrer todos os dias a cruz. Os discípulos tinham a tentação de seguir Jesus, mas o que será desse ‘bom negócio’? Lembremo-nos da mãe de Tiago e João, quando pediu a Jesus um lugar para seus filhos, que um se tornasse primeiro ministro, e o outro ministro da economia. Ela assumiu o interesse mundano em seguir Jesus”.
Francisco explicou que o coração desses discípulos foi purificado até Pentecostes, quando eles entenderam tudo. “A gratuidade em seguir Jesus é a resposta à gratuidade do amor e da salvação que Jesus nos dá”.
Francisco destacou a necessidade de recordar o ensinamento de Cristo: “os primeiros serão os últimos e os últimos serão os primeiros”, o que significa que “aquele que crê ou que é o maior” deve ser “o servo, deve ser o menor”.
Seguir Jesus a partir do ponto de vista humano, não é um bom negócio: é servir. Ele o fez, e se o Senhor lhe dá a oportunidade de ser o primeiro, você tem de agir como o último, isto é, servindo. E se o Senhor lhe dá a possibilidade de ter bens, você tem de agir servindo, isto é, ajudar os outros. São três coisas, três degraus que nos distanciam de Jesus: as riquezas, a vaidade e o orgulho. Por isso são tão perigosas as riquezas, porque levam você imediatamente à vaidade e você se acha importante. E quando você pensa que é importante, tudo sobe na cabeça e você se perde”.
Um cristão mundano é um contratestemunho
O caminho indicado pelo Senhor, prosseguiu o Papa, é o do “despojamento”, como Ele fez. Para Jesus, disse ainda, esse trabalho com os discípulos custou-lhe muito tempo, porque eles não entendiam bem. Segundo o Papa, também os fiéis, hoje, devem pedir a Jesus que os ensine a seguir nesse caminho, nessa ciência do serviço. Essa ciência de humildade, de ser o último para servir os irmãos e irmãs na Igreja.
É feio ver um cristão – seja leigo, consagrado, sacerdote ou bispo –, querer duas coisas: seguir Jesus e os bens, seguir Jesus e a mundanidade. Isso é um contratestemunho e distancia as pessoas de Cristo. Continuemos agora a celebração da Eucaristia, pensando na pergunta de Pedro. ‘Deixamos tudo: como nós pagará?’. E pensando na resposta de Jesus, o preço que Ele nos dará é sermos semelhantes a Ele. Esse será o ‘salário’.. Grande ‘salário’, assemelhar-se a Jesus!”.

Fonte: Canção Nova

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